Ela gosta do café forte. Amargosinho. Desse que escorre e
puxa na garganta.
Mas não dispensa um pouquinho de açúcar, pois nem tudo
precisa ser tão amargo.
Ela não sai distribuindo afeto e socializando com todo
mundo. Não vai prosear aleatoriamente e abraçar a todos.
Mas faz questão de gastar tempo com quem gosta, de emprestar
os ouvidos a quem precisa desabafar e de levar conforto, nem que seja com um
pedacinho de doce.
Ela não é boa falando, normalmente gagueja e confunde as
palavras.
Mas não abre mão da combinação da lapiseira e um pedaço de
papel, de um tempo de paz na frente do computador com o teclado à disposição,
de um post it colorido e uma canetinha ponta fina.
Ela não sabe ser legal nos padrões convencionais. Não é boa
nisso. Às vezes fecha a cara e solta umas grosserias.
Mas acredite, normalmente é tudo involuntário. Há uma
vontadezinha (meio escondida, mas há) de conhecer todo mundo e carregar bem
próximo, os que mais aprecia.
Ela é forte, procura ser determinada, independente e tudo
isso normalmente soa como uma frieza.
Mas essa imagem, é muito maior do que a realidade. Precisa de
apoio, segurança e às vezes, só às vezes, até de colo.
Ela gosta de escrever. E tem o hábito de falar de si em terceira pessoa.
E para esse fato, não há um “mas”.
